sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

9º Prêmio de Reportagem sobre a Biodiversidade da Mata Atlântica abre inscrições nas categorias impresso e televisão

As matérias devem ter sido publicadas ou veiculadas entre 1º de abril de 2008 e 31 de março de 2009 e enviadas por correio até 24 de abril


A Aliança para a Conservação da Mata Atlântica – uma parceria entre as ONGs Conservação Internacional e Fundação SOS Mata Atlântica - está com inscrições abertas para a nona edição do Prêmio de Reportagem sobre a Biodiversidade da Mata Atlântica, que tem como objetivo promover o jornalismo ambiental no Brasil, incentivar a produção de reportagens sobre o assunto e reconhecer a excelência profissional de jornalistas que cobrem temas ambientais nas categorias Impresso e Televisão. O concurso, que tem patrocínio exclusivo no Brasil da Colgate-Palmolive por meio da linha de produtos Sorriso Herbal, terá as inscrições abertas até 24 de abril pelo site www.premioreportagem.org.br, por e-mail ou correio, sendo que as reportagens devem ter sido publicadas ou veiculadas no período de 1° de abril de 2008 a 31 de março de 2009.

As matérias impressas devem ser enviadas em formato Word, acompanhadas do original publicado. As reportagens de TV devem ser gravadas em DVD. O vencedor do primeiro lugar em cada uma das categorias irá participar de um evento internacional de conservação ou jornalismo ambiental. Os segundos e terceiros colocados em cada categoria receberão R$ 5.000 e R$ 2.500, respectivamente.

As reportagens devem tratar de regiões ou temas relacionados à Mata Atlântica, que vão desde pesquisas científicas e seus resultados até sustentabilidade nas práticas agrícolas. O júri é formado por profissionais das áreas de comunicação e conservação ambiental, sem a participação de representantes das instituições organizadoras.

Em 2008, o Prêmio teve 72 inscrições na categoria Impresso e 44 na categoria Televisão. O jornalista Mauri König ficou em primeiro lugar na Categoria Impresso, com a matéria “Cem anos de resistência”, publicada no jornal Gazeta do Povo (PR) em setembro de 2007. E a reportagem vencedora na Categoria Televisão foi “Reserva sem lei”, apresentada por Bianca Vasconcellos e equipe do SBT Brasil, veiculada em março de 2008. Como premiação, ambos ganharam a participação no Congresso Mundial de Conservação (IUCN World Conservation Congress), realizado em outubro de 2008, em Barcelona.

Na Categoria Impresso, o segundo lugar ficou com Carlos Fioravanti pela reportagem “Semeadores de Florestas”, publicada na revista Pesquisa FAPESP, onde escreveu sobre as experiências de restauração da Mata Atlântica. O terceiro lugar ficou com Herton Escobar, pela matéria “A caminho da praia, Serra do Mar guarda riqueza em fauna e flora”, publicada no jornal O Estado de S. Paulo, abordando um pedaço de Mata Atlântica muito conhecido dos paulistanos.

Na categoria Televisão, o segundo lugar ficou com Aline Resende de Carvalho, com a equipe da Rede Minas de Televisão, pela reportagem “Riquezas da Serra do Brigadeiro”, que mostra a diversidade de espécies que vivem neste Parque Estadual, o histórico de devastação de áreas naturais para a retirada de minérios e outros recursos na região e também o avanço da ocupação urbana, enquanto a matéria “Assentamento x Mata”, que mostra a implantação de assentamentos de reforma agrária no entorno de áreas protegidas de Mata Atlântica, produzida por Beatriz Castro e equipe da TV Globo Nordeste (PE) e exibida pelo programa Nordeste, Viver e Preservar, ficou em terceiro lugar.

Esta iniciativa da Conservação Internacional realizada em 13 países é promovida no Brasil desde 2001 pela Aliança para a Conservação da Mata Atlântica em parceria com o Centro Internacional para Jornalistas (ICFJ) e a Federação Internacional de Jornalismo Ambiental (IFEJ).

Aliança para a Conservação da Mata Atlântica
Parceria entre a Fundação SOS Mata Atlântica e a Conservação Internacional, a Aliança para a Conservação da Mata Atlântica existe desde 1999 e tem como principais atividades o Prêmio de Reportagem sobre a Biodiversidade da Mata Atlântica, o Fundo de Parceria para Ecossistemas Críticos (CEPF Mata Atlântica) e o Programa de Incentivo às Reservas Particulares do Patrimônio Natural da Mata Atlântica.

Mais informações sobre o Prêmio: www.premioreportagem.org.br

CONTATO PARA ENVIO DAS INSCRIÇÕES
Marcele Bastos
Especialista em Comunicação
Conservação Internacional
Av. Getúlio Vargas, 1.300 – 7º andar
30112-021 – Belo Horizonte - MG
Tel. (31) 3261-3889
E-mail: m.bastos@conservacao.org

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domingo, 8 de fevereiro de 2009

Excertos Extemporâneos: Sociedade de Massa

Excertos Extemporâneos: Sociedade de Massa

Solidão e Modernidade

PÚBLICO, MASSA E MULTIDÃO

Ao preparar mais uma aula de Teorias da Comunicação, me deparei com o livro "Teorias da Comunicação" de Ivan Carlos Andrade de Oliveira.

No capítulo "Público, Massa e Multidão" o autor abre com a citação " É uma grande desgraça não poder estar só", do escritor Edgar Alan Poe em 1840, classificado na época como um conto filosófico "O homen das Multidões". É narrado por um homem que vai a Londres fazer um tratamento de saúde e se diverte observando, do saguão do hotel, a multidão que passa na rua. No começo via apenas uma multidão indistinta, mas logo começa a prestar atenção nos detalhes e consegue ver padrões de roupas, comportamentos, jeitos de andar. Vários públicos se descortinam à sua frente: escreventes, homens de negócios, advogados e homens de lazer...

À certa altura, um homem chama a sua atenção. É um velho de 60 a 70 anos. Sua fisionomia apresenta um misto de triunfo, alegria, terror e desespero.

A impressão causada pelo personagem é tão forte, que o narrador passa a segui-lo. O homem envereda pela rua repleta de gente e, chegando à praça, passa a andar em círculos, confundindo-se com a multidão. Quando o fluxo diminui, o velho se sente angustiado e procura outra multidão. A narrativa acompanha durante toda a noite sua busca por agrupamentos humanos.

No final, o escritor o abandona com um comentário: "Esse velho é o tipo e o gênio do crime profundo. Recusa estar só. É o homem das multidões. Seria vão segui-lo, pois nada mais saberei dele, nem de seus atos. O pior coração do mundo é mais espesso do que o Hortulus Animae e talvez seja uma das grandes misericórdias de Deus o fato de que ele jamais se deixa ler".

Em "O Homem das Multidões" , Edgar Alan Poe antecipou em muitos anos a discussão sobre a sociedade de massa.

Aí pergunta-se: o que é sociedade de massa?

É uma cultura vernacular, isto é, do povo que existe numa sociedade moderna. O conteúdo da cultura popular é determinado em grande parte pelas indústrias que disseminam o material cultural, como por exemplo as indústrias do cinema, televisão, música e editorais, bem como os veículos de divulgação de notícias.

No entanto, a cultura popular não pode ser descrita como o produto conjunto dessas indústrias; pelo contrário, é o resultado de uma interação contínua entre aquelas e as pessoas pertencentes à sociedade que consome os seus produtos.

O comportamento de massa é uma novidade do século XIX e surge em decorrência do processo de industrialização e desenvolvimento dos meios de comunicação de massa.

A massa age como multidão, de maneira irracional e manipulável, Mas não há proximidade física.

Nos grandes centros, as pessoas estão isoladas, tomizadas e a principal influência aaba sendo os meios de comunicação de massa. É a multidão solitária.

A principal característica da massa é o pseudo-pensamento. A massa acredita que pensa, mas só repete o que ouve nos meios de comunicação de massa. Segundo Luiz Beltrão, o poder massificante da sociedade é de tal ordem que o indivíduo se recusa a acreditar que é apenas uma peça da engrenagem social e que suas ideias são ideias que lhe foram implantadas pela mídia. Ao ser perguntado o porquê de suas ideias, o integrante da massa repitirá exatamente o que ouviu de seu apresentador de TV favorito. Ou então dirá simplesmente: É claro que é assim. Você não viu que saiu no jornal? ou "mas todo mundo gosta disso, por que você não gosta?"

O comportamento de massa fica claro em pessoas que têm ânsia de andar sempre na moda. Vestir a roupa do momeno é uma forma de não "estar por fora". Claro que quem ditará o que é moda são os meios de comunicação de massa, que se aproveitam dessa necessidade de rebanho, de aceitação social, para vender seus produtos e manipular a massa.

Como a massa não pensa, ela precisa de alguém que pense por ela, ela precisa de um pai, que lhe diga o que fazer. Esse papel ja foi exercido por líderes políticos, como Hitler e Getúlio Vargas. Não é à toa que o ditador brasileiro era chamado de "pai dos pobres". Hoje quem normalmente exerce essa função são figuras importantes da mídia, tais como apresentadores de TV. Esse inclusive é um fator potencialmente perigoso da massa.

Como obedece cegamente aos impulsos recebidos pela mídia, a massa pode adotar um tom de verdadeiro fanatismo contra qualquer um que ouse discordar de seus pontos de vista.

Como a massa não tem consciência de sua situação, ela é feliz, feliz como o gado na engorda. Não é à toa que Zé Ramalho nos diz, em música cantada como toada de boi:

"Eh!

Oh! Oh! Vida de gado

Povo marcado eh!Povo feliz".

O homem das mulidões de Poe era um homem-massa, incapaz de estar só, mas também incapaz de criar relacionamenos profundos. Sua única aspiração era ser aceito pelo grupo, mesmo que para isso precisasse scrificar sua identidade. Poe o abandona dizendo que de nada adiantaria continuar a seguí-lo, pois tudo que se poderia saber dele já se sabe.

A terceira forma de comportamento coletivo é o público. Sua característica é ser racional e defender sua individualidade. Enquanto que na multidão o indivíduo quer ser anônimo, enquanto namassa, quer ser igual aos outros, no público ele quer ser ele mesmo.

O público não se deixa manipular e seus argumentos são frutos de um raciocinio interior. Defende um pono de vista porque refletiu sobre ele e chegou àconclusão de que essa é a melhor ideia, e não porque alguém lhe disse.

Da mesma forma que a mídia cria a massa,pode também ajudara criar o público.

Com a finalidade de se criar uma consciencia crítica espero, através do texto apresentado, de Ivan Carlo Andade de Oliveira, contribuir para que possamos pensar a comunicação de uma forma mais ampla e de como ela age denro da sociedade de massa.

Deixe aqui seu comentário, abraços,

Professora Rita

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

TEORIAS DA COMUNICAÇÃO DE MASSA

Um ótimo comentário sobre uma das maiores publicações na área de teorias da comunicação.

Débora Carvalho

Teorias da Comunicação de Massa, de Melvin DeFleur e Sandra Ball-Rokeach (Editora Jorge Zahar; 397 páginas; R$ 37,00).

Falar sobre comunicação não é coisa pra qualquer um. É algo que vai além de um simples processo. Como já dizia Vinícius de Morais, em sua poesia "Acontecimento", muitas pessoas possuem inteligência que vão somente até os processos. Isso não pode acontecer com um comunicador.


Os livros sobre teoria da comunicação tentam explicar os processos, mas todos têm o cuidado de deixar bastante claro que o objetivo é ir além deles.

Dois autores muito estudados nas faculdades de Comunicação Social são Melvin DeFleur e Sandra Ball-Rokeach.

O famoso livro da dupla - Teorias da Comunicação de Massa - procura explicar tal processo, assim como se explica uma receita de bolo. Entretanto, logo no início do livro, ambos os autores explicitam as limitações de se paralisar um processo para buscar entendê-lo, principalmente um processo em constante evolução, como é a comunicação.

De Fleur e Ball-Rokeach afirmam que as teorias da comunicação são limitadas e não podem ser tomadas como verdade concreta.

A limitação se dá pelo fato de se estudar um processo, que, como o próprio significado da palavra, é algo que está em constante movimento e transformação. Como qualquer processo explicado pela sociologia, a comunicação acompanha as transformações sociais, crescendo, ampliando, mudando o contexto. Isso ocorre tanto na esfera comunicativa quanto na esfera atingida por tais transformações.

A comunicação muda a sociedade e a sociedade muda as pessoas. Atualmente, muitos autores desprezam e criticam os antigos livros de teoria da comunicação, sem piedade. É preciso raciocinar antes de criticar. Ball-Rokeach e DeFleur, consagrados teóricos da década passada, reuniram em suas obras tudo quanto havia sobre os estudos dos efeitos da comunicação de massa.

Apesar da difícil linguagem, quase ininteligível para leigos e simples leitores, o trabalho foi sério e tem sua validade, a começar pelo grande número de citações e pesquisas.

DeFleur e Ball-Rokeach comparam, na obra, a tentativa de explicar a influência dos meios de comunicação sobre a sociedade, e vice-versa, como querer explicar o antigo dilema: "Quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha?"

Ambos esqueceram de se justificar com o fato de que a sociedade nasceu primeiro, portanto, esta criou os meios de comunicação e hoje sofre os efeitos da sua invenção.Sendo assim, não há motivos para criticar ou achar ridículo qualquer antiga teoria.

Quem nunca viu uma pessoa desprovida de identidade viver exatamente como descreve a Teoria da Modelagem?

Pessoas morreram no cinema do Shopping Morumbi em função dos efeitos da mídia explicados pela antiga Teoria da Modelagem, sobre um jovem estudante de medicina.Não podemos, de qualquer modo, estacionar nossos estudos sobre as comunicações de massa.

As teorias mais recentes são válidas no contexto concomitante. Um dia serão substituídas, ou melhor, complementadas com novas teses, assim como as teorias de comunicação apresentadas por Ball-Rokeach e DeFleur estão sendo enriquecidas pelas atuais, como a Teoria da Tautologia, a Teoria da Circularidade, a Teoria da Hipertelia, a Teoria da Comutação e a Teoria da Autonomia do Objeto.Tais teorias não fazem com que as anteriores percam sua validade, tanto em nível de estudo quanto à sua efetivação. Elas precisaram surgir para explicar as novas situações de comunicação de uma sociedade que já nasceu como sociedade de massa e que está em constante crescimento; cuja vida, inclusive dos estudiosos e teóricos, já incorpora os veículos de massa desde o nascimento.

Como afirma De Fleur e Ball-Rokeach, os efeitos da exposição à comunicação de massa a longo prazo só poderão ser revelados com o tempo. As teorias daquele tempo não podiam prever o futuro.

São as novas teorias que estão descobrindo isso, satisfazendo parte da curiosidade que nasceu desde que Hitler utilizou a "Bala Mágica", cujos efeitos só eram possíveis naquela sociedade específica - embora alguns indivíduos ainda absorvam tudo quando a mídia transmite, sem filtros.

O mundo já foi visto como uma máquina e como um organismo, e agora tem sido visto como uma grande confusão.

Que teorias serão desenvolvidas no futuro?

Quais serão os avanços da comunicação?

E a influência da mídia sobre sua audiência continuará sendo a mesma?

Espero que não. O rádio mudou a rotina das pessoas. Hoje, a internet faz a mesma coisa. E amanhã? Entretanto, alguns princípios - como a ênfase dada a determinado elemento da comunicação - continuam fazendo efeito, como a credibilidade da ênfase no emissor, a sociabilidade da ênfase nos intermediários, a intimidade da ênfase no destinatário e o prestígio da ênfase no sujeito histórico.

Tudo depende do ponto de vista, e dos fatores cognitivos e da intermediação social, conforme os velhos teóricos afirmaram, e os atuais confirmam, a começar pelos nomes das novas teorias. As teorias de comunicação precisam ser avaliadas dentro do contexto histórico e sob a perspectiva das teorias sociais do momento em que foram desenvolvidas. Hoje é tempo de repensar os veículos de comunicação de massa e a própria sociedade de massa dentro do contexto tecnológico e do atual estado da sociedade.

Toda essa discussão tem como ventre a obra Teorias de Comunicação de Massa, desenvolvida na tentativa de compreender o processo que move o homem e une pessoas, fantasias e realidades: o processo da comunicação.